Os comunistas afirmam que a
história é uma luta de classes. Tal afirmação não está correcta, de facto a
história é uma luta de gerações, é do confronto entre as gerações que nasce o
progresso e a riqueza ou, por outro lado, a miséria.
Como o próprio nome indica, o
intervalo de tempo de uma geração vai desde a altura em que um grupo de pessoas
começa a ser capaz de gerar filhos até ao tempo em que pode ser avó, isto é, os
seus filhos podem agora gerar novos filhos.
Num dado momento temos, numa
sociedade, a coexistência de várias gerações: avós, pais, filhos, netos,
bisnetos. Cada uma destas gerações tem valores e necessidades diferentes e luta
pelos seus interesses. Os filhos, adolescentes lutam para se libertarem dos
pais; os pais lutam para ganhar dinheiro para alimentar a família, os avós
lutam por uma vida folgada, sossegada e de lazer.
A actual crise de miséria
económica a que chegamos é única e exclusivamente da responsabilidade da
geração dos actuais avós. Foram estes preguiçosos que não trabalharam e
ganharam ordenados muito acima daquilo que produziam e para manterem os
salários altíssimos; para consumir, folgar e gozar férias, sem a respectiva
produtividade, pediram dinheiro emprestado e se endividaram e agora obrigam a
geração dos actuais pais a pagar a dívida que eles fizeram. Foram os actuais
avós que fizeram um revolução, elegeram os seus governantes, aceitaram
orçamentos de estado sucessivamente deficitários com o respectivo acumular de
dívidas públicas, eles próprios pediam dinheiro por puro consumismo, com a dívida
pública e privada sempre a aumentar e agora querem que seja a actual população
activa a pagar o consumo que eles fizeram. Temos um destes avós a presidir à
república que se quer manter a si e ao seu grupo geracional carregado de
benefícios ás custas da actual população activa. Quem deve pagar as dívidas é a
actual geração de avós reformados ou pensionistas, eles pediram eles que paguem.
Quando um presidente de república abdica do ordenado de presidente para viver
da reforma, algo está muito mal. Ainda por cima ele e os da sua geração, descontaram
para a reforma, não da riqueza que produziram, porque nada produziram, mas do
dinheiro que pediram emprestado para consumir, porque apenas consumiram.
A pensão de reforma deve apenas
servir para a pessoa ter uma velhice e um final de vida digno, nunca para
enriquecer; quem quiser enriquecer que trabalhe. Assim, a pensão de reforma
nunca deve ser superior a 3 ordenados mínimos; tudo o que isto superar é uma
injustiça para com a população activa. Com a actual crise económica, os actuais
avós não devem receber qualquer pensão, esta deve-lhes ser retirada, pois eles
nada produziram e tudo gozaram, tudo consumiram quando eram novos, à custa do
endividamento.
Em finais do século XIX o estado
português tinha uma das mais elevadas dívidas por défices e endividamentos
sucessivos; em 1910 ocorre a queda da monarquia com a implantação da república.
Hoje, precisamos de uma revolução; precisamos que o regime da democracia
representativa seja abolido e se instaure a verdadeira democracia, a Democracia
Directa. Os actuais avós não a querem, nós os pais a estamos a preparar, os
nossos filhos a terão. Viva a Democracia Directa!
Doutor Patrício Leite, 22 de Janeiro de 2013