FONTES DA CORRUPÇÃO EM REGIMES REPRESENTATIVOS

Em qualquer regime representativo, há um pequeno número de representantes que tomam decisões em nome de um grande número de representados. Se os representantes usam partidos para obter votos dos representados então está-se na, tradicionalmente designada, democracia representativa. Em qualquer regime representativo, quanto maior for o nível de representatividade maior será o nível de corrupção. Nestes regimes a corrupção alastra a toda a sociedade, porque a representatividade também se encontra dispersa por toda a sociedade: seja nos partidos políticos, nas associações de classe, em associações religiosas, desportivas e de lazer etc. Onde há representação há corrupção e, numa sociedade assente na representatividade, os pequenos corruptos toleram os grandes corruptos porque sabem que também o são. Assim, todo o regime representativo é um regime de legalidade corrupta, baseado numa propaganda política corrupta, onde até os eleitores que votam corrompem a sua própria consciência ao entregar gratuitamente o voto ao bandido.
Ao nível dos governantes e representantes do Estado, a técnica da corrupção associa-se ás grandes obras públicas e ás privatizações. Os governantes sabem que o voto do povo lhes deu um incomensurável poder e nas obras públicas, assim como nas privatizações, vão entregar aos privados a adjudicação das obras ou então privatizam as empresas do estado; estas acções envolvem muitos milhões de euros, muito dinheiro. Por exemplo, 10 milhões de euros de corrupção numa obra pública ou numa privatização que envolva 1000 milhões; é um “grão de areia” que “ninguém nota”, mas frequentemente a corrupção atinge os 50% do dinheiro envolvido nas obras públicas e nas privatizações; sempre com prejuízo para o estado, isto é para todos nós, para toda a população. O grupo de bandidos corruptos constitui realmente uma organização criminosa e só não é tratada como tal porque fazem leis, igualmente leis criminosas, para se defenderem, para encobrirem a corrupção em que todos os políticos inevitavelmente estão envolvidos. Este é um Estado ilegitimo, um estado não consentido pelas pessoas honestas. Numa democracia representativa em que todo o dinheiro está entregue ao sector privado e o poder político está entregue aos representantes, estes corruptos representantes sabem que apenas ficam no poder alguns anos, pelo que entregam o poder aos privados, e os privados entregam o dinheiro aos representantes.
Ao nível das organizações sindicais e de classe, a corrupção dos seus representantes ou dirigentes, ocorre por benefícios no trabalho, progressões na carreira etc.
Ao nível de organizações sociais, religiões e clubes desportivos a corrupção dos seus representantes e dirigentes ocorre por consecução de licenças para obras privadas que de outro modo não conseguiriam, benefícios para os filhos, férias pagas etc.
Esta corrupção social de uma sociedade corrupta atinge até os chamados pequenos partidos, aqueles que nunca elegeram deputados; embora aqui num nível mais baixo, os lideres e representantes destes pequenos partidos obtêm benefícios sociais, profissionais e económicos de toda a ordem.
Para nos libertarmos desta sociedade corrupta é fundamental retirar poder aos representantes, cada pessoa deveria exercer o seu poder sobre a comunidade de um modo directo, sem representantes. Sem representantes não há corrupção. Uma sociedade sem representantes é uma sociedade de Democracia Directa. Para atingirmos uma Democracia Directa, ou as pessoas se organizam em grupos revolucionários, com resistência passiva, desobediência civil e outras técnicas de combate político, ou então as pessoas simplesmente no momento das eleições não votam e por isso não legitimam os representantes pelo que estes ou exercem a tirania ou se vêm forçados a libertar mais poder para as pessoas honradas.
Em qualquer dos casos existirão sempre duas categorias de tolos: os que pertencendo ás bases de um partido, votam na esperança de melhorar a vida, o que nunca acontece, e os tolos que votam por dever; estes últimos são tão irracionais que nem sequer sabem que não devem o voto a ninguém. Para dever é preciso primeiro prometer e se há alguém perito em prometer sem cumprir, esse alguém são os políticos. Por isso: VIVA A DEMOCRACIA DIRECTA!