DEMOCRACIA DIRECTA - Revolução Imparável

Estamos em 2010. A transição para a DEMOCRACIA DIRECTA está agora em marcha imparável. Nem sempre assim foi. Há 25 anos, atrás, meados da década de oitenta, do século passado, Portugal estava ainda plenamente incutido da necessidade de votar em pessoas. Dez anos antes tinha ocorrido a revolução e, afirmava-se, terminado a ditadura. Era uma alegria, o povo podia votar nos seus representantes. Nessa altura, vivia eu na Residência Universitária do Lumiar – Lisboa, convivia com estudantes, colegas dos mais variados cursos universitários. Era uma alegria, o povo podia votar, e votava; mas só podia votar em pessoas, nunca em propostas. Havia votos para todos os gostos, desde que apenas se votasse em pessoas. Nessa Residência do Lumiar, votava-se para a comissão de residentes. EU, NUNCA VOTEI. Alguns colegas estranhavam a minha ausência de voto, os de Direito, tratavam de imediatamente se mostrar conhecedores da Constituição da Republica Portuguêsa: - Não votas porque és faschista, diziam uns; - Nazi ou monárquico, diziam outros. Quando tinha paciência lá os informava que era democráta e mais democráta do que eles. O que eu pretendia era dar realmente o poder ao povo; não dar o poder a meia duzia de representantes, que o usam em proveito próprio, mas sim á totalidade da população. A DEMOCRACIA DIRECTA é, de facto, a forma mais pura de retirar o poder de meia duzia de pessoas, os representantes, e o distribuir por toda a população de uma comunidade. Nessa altura diziam alguns colegas de História: - A Democracia Directa só existiu em algumas aldeias da grécia antiga. Como a poderias aplicar em países com milhões de pessoas? Então respondia eu: - Nesta aldeia global, em que vivemos, o voto electrónico e por meios electrónicos pode ser tão facilitado como usar os telefones, as televisões ou até as campainhas das portas para votar.
- Como?
É simples, os botões com números para a escolha do canal de televisão podem ser usados para digitar um código de identificação de cada eleitor, um código secreto correspondente á respectiva assinatura digital e um número correspondente ao voto em: Sim, Não, Abstenção.
O mesmo processo pode ser usado com os telefones (na altura ainda não haviam telemóveis), os números inscritos na campainha das portas etc. As possibilidades são infindáveis.
- E quem faria as propostas de lei?
É simples. Grupos de cidadões que se juntam para o efeito ou, associações de classe em defesa dos respectivos interesses, ou quaisquer grupos: religiosos, desportivos, culturais, recreativos, partidos politicos etc. etc.
O importante é que a decisão final seja directamente do povo, que pelo seu voto directo, em propostas e não em pessoas, aceita ou rejeita a proposta de lei.
Por vezes, os mais ingénuos, retorquiam, as pessoas são pouco instruidas e por isso têm de oferecer, aos seus representantes, o poder sobre a comunidade.
Nesta altura eu respondia:
- Pois foi por essa falta de autoconfiança que antes surgiu, ao longo da história, o despotismo esclarecido. O Rei detinha o poder absoluto, e dizia governar em nome e para o bem do povo, mas quando lhe apetecia, condenava e matava qualquer pessoa que lhe aparecesse pela frente, e para tanto bastava, por exemplo, essa pessoa desprecavidamente olhar os olhos do Rei. É assim que quereis representantes esclarecidos?
De facto, a DEMOCRACIA DIRECTA está em marcha imparável! Nada a conseguirá deter! Os actuais detentores do poder têm meios, de comunicação unidireccional, pelos quais lançam mêdo sobre as pessoas, usurpam a nossa autoestima e autovalor; arranjam mil artimanhas para dissimuladamente nos convencer que são melhores do que nós, mas a revolução tecnológica avança e com ela a DEMOCRACIA DIRECTA. Há 25 anos ainda não havia internet ao público, nem sequer telemóvel. Hoje temos internet em todo o lado, este acesso, esta facilidade de comunicação multidireccional, em contínuo desenvolvimento, vai necessáriamente conduzir a uma população esclarecida e desejosa de exercer a DEMOCRACIA DIRECTA.